Comunicação e interculturalidade na governança das águas no Brasil
Communication and Interculturality in Water Governance in Brazil;
Comunicación e interculturalidad en la gobernanza del agua en Brasil

View/ Open
Share this
Date
2025-01-21Author
Ferreira, Vinícius Lauriano
Rothberg, Danilo
Citación
Metadata
Show full item recordDocuments PDF
Abstract
A eficiência da própria gestão pública depende do compartilhamento de significados que favoreçam sinergias ao invés de embates, e engajamento ao invés de paralisia. Entre as várias áreas de política pública, a sustentabilidade ambiental, em particular, pode tornar-se ainda mais dependente de conceitos e práticas de comunicação intercultural que facilitem o relacionamento entre setores sociais com compreensões diferentes. Em países como o Brasil, nos quais a governança das águas inclui processos deliberativos abertos à participação da sociedade, tal relacionamento ocorre nos comitês de bacia hidrográfica, que se mostram como espaços interculturais. Neles, na negociação de interesses e finalidades entre agentes sociais diversos, ocorrem a formação e a disputa de visões acerca do uso e gerenciamento da água. Nossa pesquisa examinou as relações intersubjetivas construídas em um comitê de bacia hidrográfica de particular importância para o Estado de São Paulo, Brasil. Nosso objetivo foi investigar, com a metodologia de entrevista semiestruturada, de que modo os relacionamentos interculturais entre os agentes sociais em um comitê específico influenciaram sua capacidade de tomada de decisão. Foram aplicadas quinze entrevistas com membros dos três segmentos do comitê (funcionários do Estado, prefeitos e sociedade civil), e sua análise, por meio da técnica de estudo de caso, permitiu sugerir oportunidades de aperfeiçoamento do processo deliberativo nos comitês. Os resultados sugerem que as oportunidades de aperfeiçoamento da capacidade decisória dos comitês vêm inclusive do fortalecimento de sua autoridade prática por meio de estratégias de valorização e reconhecimento da interculturalidade entre seus integrantes. Efficient public administration relies on shared views favoring synergies instead of clashes and engagement instead of paralysis. Among the various areas of public policy, environmental sustainability, in particular, can be even more reliant on intercultural communication concepts and practices so that the relationship between social sectors with different perspectives is facilitated. In countries such as Brazil, where water governance includes deliberative processes open to the participation of the whole society, such a relationship is seen in river basin committees as intercultural spaces. In those spaces, when negotiating diverse social agents’ interests and aims, different visions regarding water use and management are changed and challenged. This research work examined the intersubjective relationships built at a river basin committee of special importance for the state of São Paulo, Brazil. Our goal was to investigate, following a semi-structured interview methodology, how intercultural relationships between social agents in a specific committee influenced their decision-making ability. Fifteen interviews were carried out with members of the three sectors of the committee (State officials, mayors, and civil society). The analysis allowed us to suggest opportunities to improve the committee’s deliberative process through the case study technique. Findings suggest that the opportunities to improve committee decision-making ability lie in strengthening their practical authority through intercultural valorization and recognition approaches among their members. La eficiencia de la gestión pública depende de significados compartidos que favorezcan sinergias en lugar de enfrentamientos, y participación activa en lugar de parálisis. Entre las áreas de política pública, la sostenibilidad ambiental, en particular, puede depender aún más de conceptos y prácticas de comunicación intercultural que faciliten la relación entre sectores con diferentes visiones. En Brasil, la gobernanza de las aguas incluye procesos deliberativos abiertos a la participación de la sociedad; tal relación ocurre con los comités de cuencas hidrográficas, que se revelan como espacios interculturales. En ellos, en la negociación de intereses y objetivos entre agentes sociales diversos, se presenta la formación y conflicto de las concepciones acerca del uso y manejo del agua. Nuestra investigación examinó las relaciones intersubjetivas construidas en un comité de cuenca hidrográfica de particular importancia para el estado de São Paulo, en Brasil. Nuestra investigación buscó analizar, siguiendo una metodología de entrevista semiestructurada, de qué modo las relaciones interculturales entre agentes sociales en un comité influyeron en su capacidad de toma de decisiones. Se realizaron quince entrevistas a miembros de los tres estamentos del comité (funcionarios del Estado, alcaldes y sociedad civil), y su análisis, a través de la técnica del estudio de caso, permitió plantear oportunidades para mejorar el proceso deliberativo en los comités. Los resultados indican que las oportunidades de realización de la capacidad de decisión de los comités incluyen el fortalecimiento de su autoridad práctica por medio de estrategias de valorización y reconocimiento de la interculturalidad entre sus integrantes.