A educação indígena em interface com as tecnologias a partir da perspectiva narrativa de mulheres indígenas
Indigenous Education at the Interface with Technologies from the Narrative Perspective of Indigenous Women;
La educación indígena en interfaz con las tecnologías desde la perspectiva narrativa de mujeres indígenas

View/ Open
Share this
Date
2024-12-05Author
Serejo Santos, Hericley
Costa, Vânia Maria Torres
Citación
Metadata
Show full item recordDocuments PDF
Abstract
A nossa relação com as tecnologias da informação sofreu significativas mudanças a partir da emergência sanitária da COVID-19, iniciada em 2020. Assim como todos os demais setores da sociedade, a educação precisou adequar-se ao cenário, ainda que de uma maneira longe da ideal, e apresentar soluções que atendessem minimamente à demanda pela manutenção das práticas educativas. Se para os estudantes de áreas urbanas houve desafios de adaptação às metodologias adotadas, tanto de ordem subjetiva quanto de infraestrutura, para aqueles que estavam longe dos grandes centros das cidades as dificuldades foram exponencialmente maiores, sobretudo para grupos em vulnerabilidade social ou historicamente marginalizados e excluídos, como as populações indígenas. O objetivo deste artigo é discutir os sentidos que circundam a relação entre a educação indígena e as tecnologias não indígenas e indígenas, a partir da transcrição, sistematização e análise de narrativas de mulheres indígenas enunciadas na iv Edição do Seminário de Saberes, Linguagens e Oralidades da Amazônia, em mesa-redonda dedicada a essa temática, em Belém do Pará, Brasil. Para isso, recorremos às contribuições teóricas sobre educação indígena, discutindo no pano de fundo os impactos provocados pela noção de colonialidade. A análise foi realizada à luz da teoria fundamentada. Entre os resultados destacamos a necessidade de se reconhecer e valorizar as tecnologias indígenas e garantir a constituição de ambientes de aprendizagem que demonstrem o quanto elas podem contribuir para as lutas e para a ocupação simbólica e estrutural das populações indígenas nos diversos setores da sociedade ocidental. Our relationship with information technologies has undergone significant changes since the emergence of the COVID-19 health crisis, which began in 2020. Like all other sectors of society, education had to adapt to the scenario and provide solutions, albeit far from ideal, that minimally met the demand for maintaining educational practices. While urban students faced challenges in adapting to the adopted methodologies, both subjectively and in terms of infrastructure, those who were far from major city centers encountered exponentially greater difficulties. This was especially true for socially vulnerable groups or historically marginalized and excluded populations, such as Indigenous communities. This article aims to discuss the meanings surrounding the relationship between Indigenous education and non-Indigenous and Indigenous technologies, through the transcription, systematization, and analysis of narratives by Indigenous women as articulated in a roundtable dedicated to this issue within the iv Seminar on Knowledge, Languages, and Oralities of the Amazon, held in Belém do Pará, Brazil. To achieve this, we draw on theoretical contributions related to Indigenous education, discussing the impacts caused by the notion of coloniality. The analysis was conducted using grounded theory. Among the results, we emphasize the need to recognize and value Indigenous technologies, as well as to ensure the creation of learning environments that demonstrate how they can contribute to the struggles and symbolic and structural empowerment of indigenous populations across various sectors of Western society. Nuestra relación con las tecnologías de la información ha experimentado cambios significativos a raíz de la emergencia sanitaria de la COVID-19, que comenzó en 2020. Al igual que otros sectores de la sociedad, la educación tuvo que adaptarse al escenario y presentar soluciones que atendieran mínimamente a la demanda de mantener las prácticas educativas. Si bien los estudiantes en áreas urbanas enfrentaron desafíos para adaptarse a las metodologías adoptadas, tanto desde una perspectiva subjetiva como de infraestructura, quienes se encontraban lejos de los grandes centros urbanos enfrentaron dificultades aún mayores. Esto fue especialmente cierto para grupos en situación de vulnerabilidad social o históricamente marginados y excluidos, como las poblaciones indígenas. El objetivo de este artículo es discutir los sentidos que rodean la relación entre la educación indígena y las tecnologías no indígenas e indígenas, a partir de la transcripción, sistematización y análisis de narrativas de mujeres indígenas enunciadas en una mesa redonda dedicada a esta temática en el marco de la iv Edición del Seminario de Saberes, Lenguajes y Oralidades de la Amazonía, en Belém do Pará, Brasil. Para ello, recurrimos a las contribuciones teóricas sobre educación indígena, discutiendo en el trasfondo los impactos provocados por la noción de colonialidad. El análisis se realizó a la luz de la teoría fundamentada. Entre los resultados, destacamos la necesidad de reconocer y valorar las tecnologías indígenas, así como garantizar la creación de entornos de aprendizaje que demuestren cómo pueden contribuir a las luchas y a la ocupación simbólica y estructural de las poblaciones indígenas en los diversos sectores de la sociedad occidental.